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Quando conectamos tecnologias com propósito é possível construir negócios que, além de resultados financeiros, contribuem com o desenvolvimento social. Empreendimentos sustentáveis endereçam questões urgentes para a sociedade. Timing, recursos e inovação importam, mas criar valor genuíno no longo prazo para comunidades também.
A tecnologia com propósito soma resultados a temas sociais. Seu objetivo é expandir oportunidades e criar negócios bem-sucedidos que atendam necessidades genuínas.
Considere o setor educacional. Relatório da McKinsey de 2024 descobriu que sete em cada dez estudantes em países de baixa renda vivem em “pobreza de aprendizagem”, ou seja, ao final do Ensino Fundamental continuam incapazes de completar tarefas básicas como leitura e interpretação de texto. Com a melhoria da qualidade dos sistemas educacionais nessas localidades, atingindo patamares de desempenho mais altos, 350 milhões de estudantes poderiam sair deste quadro em 30 anos.
A tecnologia educacional e a aprendizagem baseada em jogos podem solucionar esse quadro pois atuam diretamente nas falhas mais comuns da educação tradicional. A tecnologia promove engajamento dos estudantes, além de fornecer feedback imediato, ajudando a identificar rapidamente gaps de aprendizagem, o que permite mais assertividade às escolas.
Jogos on-line criam experiências interativas que desenvolvem habilidades de resolução de problemas, geram conexões sociais e contribuem com a redução do estresse. Jovens de baixa renda podem ter formação como tecnólogos com base em jogos educacionais e experiências digitais imersivas.
São exemplos de soluções práticas, flexíveis e escaláveis de como enfrentar questões sociais no campo da educação. Empresas que atuam com o foco em jogos educativos conseguem aliar contribuição social ao sucesso comercial. Mas esses não são projetos de caridade; eles resolvem gaps críticos de aprendizagem ao mesmo tempo em que geram receita.
Infraestrutura para conectividade
Minha experiência construindo infraestrutura de telecomunicações me mostrou como o acesso digital pode transformar o cenário socioeconômico. No Brasil, aproximadamente 83% da população tem acesso à internet, sendo que 41% dos domicílios estão em áreas rurais e 89% em áreas urbanas.
A infraestrutura tecnológica forma um arcabouço nas localidades que recebem esse investimento. O acesso a serviços confiáveis de telecomunicações gera impactos de longo prazo na viabilização de novos negócios, nas condições favoráveis ao trabalho remoto e ao amplo consumo dos mais variados serviços digitais, desde plataformas de delivery até telemedicina.
Em vez de competir por clientes que já têm acesso, há oportunidade para empresas de infraestrutura atenderem nichos de mercado que permanecem à margem da evolução tecnológica devido à falta de insumos como internet rápida e alcance de sinal.
A rápida expansão do trabalho híbrido e remoto revelou novas necessidades em segurança digital, colaboração virtual e ferramentas de produtividade adequadas à mobilidade. Empresas que identificaram essas carências como potenciais negócios, conseguiram oferecer serviços críticos e garantir retorno.
Tecnologias mais recentes como IA continuarão a remodelar como trabalhamos, nos divertimos e nos relacionamos. Gradualmente, passamos a viver em ambientes cada vez mais conectados e automatizados. As empresas abertas a compreender como a inteligência artificial, as redes avançadas, a evolução da computação e aplicações digitais interagem serão capazes aproveitar melhor as oportunidades atuais e futuras.
Três fatores predizem quais mercados gerarão tanto lucro quanto impacto: populações mal atendidas com poder de compra crescente, convergência tecnológica que permite novas soluções e ambientes regulatórios que apoiam inovação.
A IA é o exemplo mais claro de inovação tecnológica gerando novas oportunidades de negócio. O Plano Nacional de IA aloca R$ 4 bilhões até 2028 para desenvolvimento de IA, com foco específico em educação, saúde e incremento de renda. Empresas que combinam IA com profundo conhecimento local de mercados desatendidos terão boas chantes de conseguir tanto apoio governamental como demanda de usuários.
A tecnologia em saúde desponta de forma similar. Durante a pandemia, consultas de telemedicina aumentaram drasticamente no Brasil, mas a maioria das plataformas não foi projetada para suportar a demanda por conectividade e enfrentar a falta de conhecimento da população com alfabetização digital limitada. Soluções capazes de resolver essas limitações no ramo da telemedicina com desenvolvimento de interfaces simples, funcionalidades offline, integração com agentes comunitários de saúde, entre outras, têm boas perspectivas de êxito.
O agronegócio representa outro nicho em expansão a partir da inovação tecnológica. O Brasil está posicionado como segundo maior exportador agrícola do mundo, mas muitos agricultores ainda adotam processos manuais para monitorar a produção e o acesso ao mercado. Agora empresas estão desenvolvendo sistemas de monitoramento das plantações, colheitas e logística de distribuição com IA. Com isso, o produtor rural só precisa de smartphones básicos e imagens de satélite para modernizar e melhorar o manejo de culturas.
A tecnologia cria valor duradouro quando empresas projetam soluções para atender necessidades reais ainda desatendidas, gerando tanto lucros quanto propósito.
O crescimento sustentável requer atenção constante e equilibrada, tanto em relação ao valor criado para os usuários como para métricas financeiras do negócio. Quando empresas focam em resolver problemas reais para pessoas que genuinamente precisam de soluções, o sucesso é inevitável.
Acredito que nos próximos dez anos as empresas que combinarem inovação tecnológica com profundo entendimento de públicos desatendidos serão bem-sucedidas. Seja com jogos educacionais operando em celulares básicos, IA aplicada à saúde ou à agricultura, as maiores oportunidades estão no ponto onde a tecnologia encontra necessidades humanas autênticas.

Ao fundar a Arlequim Technologies no final de 2021, a proposta foi fornecer computadores virtuais para resolver problemas que o hardware tradicional não solucionava. Depois de mais de três décadas desenvolvendo softwares e construindo infraestrutura de telecomunicações no Brasil, ficou claro, em especial durante a pandemia, que muitas empresas estavam reféns de um ciclo: comprar equipamentos caros, testemunhar sua depreciação, descartar e precisar substituir tudo alguns anos depois.
O Magic Quadrant 2025 da Gartner para Desktop as a Service acabou de dar peso a esta tese, com números que surpreendem até veteranos do setor. O custo total de propriedade de desktops virtuais na nuvem alcançou patamares menores do de laptops corporativos em diversos casos de uso. A virada aconteceu discretamente, mas as consequências mexem fundo na forma como empresas planejam gastos de TI.
A Gartner projeta que DaaS será economicamente viável para 95% dos trabalhadores até 2027, contra 40% em 2019. A mudança vem da associação entre três fatores: 1. os custos de infraestrutura na nuvem caíram, 2. os preços de laptops ficaram estáveis ou subiram, e 3. as despesas relacionadas à gestão do trabalho híbrido multiplicaram.
Quando você analisa o custo real de um laptop ao longo de três anos, os números mostram algo desconfortável: além do preço de compra, é preciso adicionar à conta o frete, a manutenção, os patches de segurança e a logística de descarte. Depois é preciso multiplica por centenas ou milhares de funcionários. Empresas que acreditam entender seus custos de hardware costumam subestimar o custo total, que inclui valores além da compra pontual do equipamento.
DaaS inverte essa lógica. As organizações pagam mensalidades que já incluem infraestrutura, manutenção, suporte técnico, atualizações de segurança e escalabilidade. A flexibilidade importa mais que o custo isolado em muitos casos. Precisa integrar 50 prestadores de serviço para um projeto de três meses? É só ativar 50 desktops virtuais e desativar quando acabar. Tente fazer isso com hardwares físicos e fique espantado com o prazo e o custo que vai consumir.
O mercado já reflete esse novo cálculo. A Gartner prevê gastos com DaaS subindo de US$ 4,3 bilhões em 2025 para US$ 6,0 bilhões até 2029, uma taxa de crescimento anual composta de 7,9%. A categoria, que passou anos como nicho; agora começa a se posicionar como padrão em infraestrutura de TI.
As empresas não estão trocando todo o parque de PCs da noite para o dia. A maioria começa implementando DaaS para casos de uso específicos: trabalhadores remotos, prestadores de serviço, equipes offshore, ambientes de alta segurança. A Gartner estima que 20% dos trabalhadores vão usar computadores na nuvem como ambiente principal de trabalho até 2027, o dobro dos 10% em 2019.
Segundo o estudo da Gartner, novas implantações estão quase exclusivamente usando DaaS, e implantações on-premises estão migrando para DaaS ou mudando para um plano de controle em nuvem.
A Microsoft domina o setor de acordo com a análise da Gartner, classificada como líder. AWS e Citrix também estão no quadrante de líderes, cada uma trazendo forças diferentes para implantações empresariais.
O comportamento da categoria sugere algo importante: DaaS funciona melhor quando empresas implementam de forma metódica, testando com grupos piloto antes de lançamentos mais amplos. A tecnologia amadureceu e a incidência de falhas caiu, mas a implementação ainda exige planejamento cuidadoso que considera variáveis como a estabilidade de internet necessária, latência e experiência do usuário.
Segundo levantamento da Credence Research, a América Latina responde por cerca de 5% da participação de mercado global de DaaS, com o Brasil liderando a adoção na região. Os números parecem pequenos comparados à fatia de 45% da América do Norte, mas as tendências de crescimento revelam outra história.
Empresas brasileiras enfrentam restrições que tornam o DaaS particularmente atraente. Importar hardware físico envolve tarifas, atrasos no frete e oscilações cambiais.
Conectividade, porém, continua sendo o gargalo prático. DaaS depende de internet banda larga estável — algo que não é realidade em todos os municípios brasileiros. Latência importa mais para desktops virtuais do que para outros serviços em nuvem. Uma conexão que funciona bem para e-mail e downloads pode fazer o trabalho do dia a dia parecer lento, com lacunas de tempo entre a digitação e o que aparece na tela.
A Arlequim fornece DaaS para apoiar as empresas brasileiras a lidar com as restrições do mercado nacional. Ao lado de parceiros estratégicos como Citrix, VMware, Omnissa, Microsoft, Fortinet e NVIDIA — de quem se tornou a primeira parceira brasileira a participar de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento — , construiu uma arquitetura única que torna a utilização do DaaS simples e intuitiva por empresas de todos os tamanhos e segmentos de atuação.
A descoberta da Gartner de que DaaS custa menos que laptops marca um ponto de virada, não uma linha de chegada. A tecnologia atingiu viabilidade para adoção em massa; se as empresas realmente vão aderir depende de fatores além da pura economia. Isso envolve mudança de paradigma.
Organizações com força de trabalho geograficamente distribuída, alta rotatividade de funcionários ou necessidades frequentes de escalar são mais propensas a adotar essa modalidade. Para aquelas com quadros estáveis ou requisitos de hardware especializado pesam fatores diferentes, em que benefícios como gestão simplificada e segurança concorrem com custos de transição.
Os próximos dois anos vão comprovar se as projeções da Gartner se tornam realidade. Se 95% dos trabalhadores realmente puderem usar DaaS de forma econômica até 2027, isso pode remodelar orçamentos de TI corporativa e o relacionamento com fornecedores.
O mercado brasileiro pode até ficar atrás das médias globais, mas segue padrões similares. Melhorias de infraestrutura continuam acontecendo, a conectividade está em constante evolução e as empresas brasileiras estão cada vez mais experientes com serviços em nuvem. A questão não é se o mercado empresarial brasileiro vai adotar mais desktops virtuais, mas em que velocidade as barreiras práticas e culturais serão superadas para viabilizar sua adoção.
Por enquanto, a equação de custos mudou. Ainda vamos descobrir o que as empresas vão fazer com essa informação.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Em outubro, o LinkedIn anunciou que a Arlequim Technologies está entre as dez empresas emergentes mais promissoras de Curitiba. A avaliação considerou dados do período entre julho de 2024 e junho de 2025: engajamento na plataforma, crescimento da equipe, interesse por vagas e capacidade de atrair talentos.
Fiquei feliz com o reconhecimento, claro. Mas o que realmente me interessou foi olhar as outras nove empresas da lista e perceber o quanto o ecossistema da cidade amadureceu desde que fundei a Arlequim, em 2021.
Curitiba tinha três unicórnios quando começamos — Ebanx, MadeiraMadeira e Olist. Unicórnios contam histórias raras enquanto esta lista do LinkedIn conta trajetórias de novos negócios que impulsionam inovações dentro de empresas de todos os setores.
A Driva automatiza vendas. A Autoconf gerencia concessionárias. A MarQ HR controla ponto eletrônico. A ST-One digitaliza fábricas. São empresas que resolvem problemas operacionais concretos de negócios brasileiros.
O foco está em B2B, infraestrutura, ferramentas que aumentam eficiência. Tecnologia aplicada a setores tradicionais que precisavam de atualização para ganharem competitividade.
A Loft estabeleceu equipes em Curitiba para atuar no setor imobiliário. A Trio oferece infraestrutura de pagamentos e Open Finance. A Embarca conecta o transporte rodoviário. A Market4u instalou mercados autônomos em mais de 2.200 condomínios pelo país.
São setores que geram bilhões em receita, mas historicamente dependiam de processos analógicos. Esta camada digital que faltava está sendo desenvolvida por empresa da lista Linkedin TOP Startups — Curitiba.
A Arlequim segue o mesmo padrão. Oferecemos infraestrutura de computadores virtuais (Desktop as a Servide) que permite a empresas acessar poder computacional na nuvem. Mais do que uma inovação “cool” para o consumidor final, é infraestrutura que resolve um problema concreto. Com a solução, as empresas conseguem otimizar a gestão da sua infraestrutura de TI, que ganha em segurança, atualização permanente, mobilidade, flexibilidade e escalabilidade sem investimentos massivos em hardware. Nosso time em Curitiba desde 2021 trabalhar para em tornar manter a disponibilidade dos computadores virtuais alocados em clientes empresariais e governamentais.
Curitiba tem mais de 600 startups e ocupa a terceira posição no Brasil segundo o Global Startup Ecosystem Index Report. A cidade ficou em 149º no ranking mundial.
Programas como Vale do Pinhão, iniciativas da Agência Curitiba de Desenvolvimento, e do Selo CSC Diamante em Ecossistema de Inovação apoiam a criação e o desenvolvimento de startups na capital paranaense, mas contratar talentos continua sendo um desafio para esclar.A base de talentos tech existe mas não é infinita.
Crescer de zero para nosso quadro atual de funcionários em quatro anos na Arlequim exigiu trazer gente de fora, investir pesado em treinamento interno, e competir com São Paulo por alguns perfis críticos. Outras empresas da lista enfrentam o mesmo desafio.
Mais de três décadas construindo empresas de tecnologia me ensinaram que ecossistemas maduros não dependem só de startups bem-sucedidas. Dependem de uma combinação de fatores como a presença de investidores-anjo locais, de executivos experientes que viram mentores, de infraestrutura financeira que permite crescimento sem precisar ir para São Paulo.
Curitiba tem as startups. Tem as políticas. Tem os unicórnios como prova de conceito. O que precisa agora é densidade — mais empresas chegando a 500, 1.000 funcionários, mais rodadas série B e C fechadas localmente, mais casos de sucesso que reinvestem no ecossistema.
A lista do LinkedIn documenta um momento. Dez empresas crescendo, contratando, atraindo talento. Cada uma resolvendo um problema real de um setor específico da economia brasileira.
Não é explosivo. É sólido. E talvez seja exatamente o que Curitiba precisa para construir algo duradouro.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Quantas vezes você já ouviu afirmações como: “nosso produto não funciona; abandonei essa ferramenta depois de três meses; ou gastei uma fortuna nessa consultoria que não serviu pra nada”? São conversas que normalmente acontecem só no cafezinho, mas no Reddit elas ficam documentadas, pesquisáveis e muito honestas. Você já ouviu falar desta rede social? O nome faz referência a um trocadilho em inglês que significa “eu li sobre isso” — “read it”.
Dentro da plataforma, as comunidades, chamadas de “subreddits’, são recheadas de muito conteúdo e notícias a respeito de tudo: tecnologia, mercado de trabalho, ciência, filmes, livros, jogos eletrônicos e muito mais. Os usuários podem divulgar links, postagens, imagens e vídeos que recebem avaliações positivas ou negativas. Os conteúdos melhor avaliados ficam em destaque.
Para quem sabe procurar, é inteligência competitiva gratuita que muitas pesquisas pagas não conseguem capturar.
Reddit ocupa uma posição única no ecossistema digital. É o 9º site mais visitado globalmente, mas seu funcionamento é diferente das outras redes sociais. Pessoas usam pseudônimos. Sem foco em networking. Sem objetivo de vender. Só conversar abertamente.
O resultado é uma transparência sem precedentes. CTOs admitem que não dominam determinados códigos abertos. Empreendedores relatam seus piores fracassos. Desenvolvedores explicam por que abandonaram algumas tecnologias. Informações que jamais apareceriam num post de LinkedIn ou numa pesquisa estruturada.
Procurando bem, é possível encontrar discussões técnicas que revelam problemas reais da indústria. Quais fornecedores realmente entregam o que prometem. Que tecnologias são modismo e quais vieram para ficar.
Subreddits brasileiros discutem desafios específicos do nosso mercado que executivos internacionais nem imaginam. Encontrei threads detalhadas sobre dificuldades com nota fiscal eletrônica que nenhum consultor mencionaria em reunião oficial. Relatos detalhados de processo burocráticos que impactam no desenvolvimento de produtos.
r/investimentos discute desde ações até fundos imobiliários com nível de detalhe que surpreende. r/brasil_drama documenta problemas de gestão em empresas conhecidas. r/brdev reúne desenvolvedores compartilhando forma de remuneração, opinião sobre as chefias, comparação entre ferramentas.
São dados qualitativos impossíveis de conseguir por outros meios. Ninguém vai admitir em uma pesquisa oficial que a ferramenta X trava toda segunda-feira ou que o fornecedor Y cobra 30% a mais quando o cliente é brasileiro.
Vale destacar alguém do time par aficar de olho no feedback das comunidades online que funcionam como termômetro do mercado. Não substitui pesquisa estruturada, mas pode revelar revela o que pesquisas escondem por diplomacia ou viés de interpretação.
Monitorar discussões sobre concorrentes, parceiros, tendências tecnológicas é como ter acesso às conversas de corredor de dezenas de empresas simultaneamente.
Para executivos acostumados com relatórios otimistas e reuniões cordiais, Reddit é choque de realidade. Mas é exatamente aí que está o seu valor, ao colocar luz em verdades inconvenientes que muitas vezes não chegam até os tomadores de decisão.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Um clique. Cinquenta milissegundos. É o tempo que usuários levam para formar primeira impressão sobre serviços digitais.
Mas a decisão definitiva — continuar usando ou desistir — depende de uma experiência bem diferente: conseguir concluir a primeira tarefa necessária. E aqui surge o problema: muitas empresas dedicam meses desenvolvendo funcionalidades avançadas e poucos dias criando tutoriais básicos.
Vi aplicações revolucionárias morrerem na praia porque ninguém conseguia usar direito na primeira tentativa. Não por serem ruins, mas porque a ponte entre “baixar” a aplicação e passar a usá-la regularmente estava quebrada.
Tutoriais são mais do que instruções iniciais — são os responsáveis por transformar curiosidade em hábito. Usuários que completam o primeiro tutorial têm 3x mais chances de usar o produto regularmente após 30 dias. Aqueles que desistem no meio raramente voltam.
É como ensinar alguém a andar de bicicleta. Você pode ter a melhor bicicleta do mundo, mas se o processo de aprender for frustrante, a pessoa vai preferir continuar a caminhar a pé.
Cada tutorial mal estruturado pode resultar na perda usuários reais. Não é raro que produtos excelentes fiquem estagnados enquanto concorrentes medíocres ganham mercado ao oferecer onboarding melhor. A matemática é cruel: apenas 19,2% dos usuários completam tutoriais típicos.
Aqui vai o erro mais comum: assumir que todo mundo aprende igual. Cada grupo desenvolve expectativas distintas sobre como absorver informação nova, e ignorar isso pode matar a adoção já no primeiro momento.
Profissionais mais experientes querem controle total do processo. Preferem documentação detalhada que possam consultar, imprimir, estudar no próprio ritmo. Querem entender o “porquê” antes do “como”. Valorizam atalhos, configurações avançadas, integração com ferramentas que já usam.
Usuários iniciantes em tecnologia precisam, primeiro, sentir confiança no produto ou serviço. Querem pequenos passos, confirmação constante de que estão no caminho certo, linguagem simples sem jargão técnico. Um botão mal explicado pode gerar ansiedade e resultar em abandono.
Diferentes gerações processam informação digital de formas distintas. Baby boomers preferem progresso linear e documentação escrita. Millennials respondem bem a vídeos focados de 2–3 minutos. A geração Z espera que a própria interface seja intuitiva — se precisar sair do aplicativo para aprender, já consideram o produto mal-feito.
Empresas que criam tutoriais específicos para cada audiência conquistam adoção 40% maior do que as que usam a mesma abordagem para todos.
Toda pergunta básica no suporte técnico pode revelar um tutorial que ineficiente para algum grupo de usuários. Empresas brasileiras de software relatam números consistentes: 60–70% dos tickets são dúvidas que tutoriais bem segmentados resolveriam sozinhos.
Mas o custo vai além do operacional. Quando existe uma frustração inicial toda a experiência futura pode ficar comprometida. Usuário que enfrenta dificuldades para começar raramente vira promotor do produto, mesmo que consiga dominá-lo depois. A prática demonstra que a primeira impressão negativa cria uma resistência duradoura.
O executivo sênior que desiste por falta de documentação técnica. O usuário iniciante que fica intimidado pela interface complexa. O jovem profissional que considera o processo “ultrapassado”. Cada abandono representa receita perdida.
Na minha experiência, aprendi que funcionários envolvidos com a criação do produto ou serviço não são os mais indicados para estruturar e testar tutoriais. Eles têm excesso de informação. Preenchem lacunas mentalmente. Consideram como básicos conhecimentos que os usuários finais não têm.
É importante testar os tutoriais com pessoas sem qualquer relação com o seu produto ou serviço. Um profissional experiente de 50 anos que nunca usou seu tipo de produto. Um jovem de 25 anos acostumado com apps mas novo em sua área. Um usuário intermediário que conhece que consome a solução da concorrência.
Tutorial é investimento em retenção. A utilização desse recurso pode representar a diferença entre crescimento orgânico do produto junto a diferentes públicos ou estagnação e dependência eterna de equipes de campo na ponta.
Três minutos bem investidos em cada audiência, com tutoriais customizados, podem definir anos de receita recorrente. Vale a pena dedicar energia, tempo e investimento.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Uma funcionalidade desenvolvida para otimizar recursos computacionais acaba sendo usada principalmente para criar ambientes de desenvolvimento isolados. Uma plataforma de comunicação empresarial vira ferramenta de ensino à distância.
Essas surpresas acontecem constantemente durante testes com usuários reais. Testes alfa, beta e soft launch servem para muito mais que encontrar bugs — eles revelam oportunidades que nunca enxergaríamos ao realizar o desenvolvimento de forma isolada.
Cada fase de teste ensina algo diferente, e pular qualquer uma delas pode significar perder informações valiosas.
O teste Alfa acontece internamente, com equipes que conhecem o produto detalhadamente. Serve para identificar erros básicos e ajustar usabilidades mais óbvias. É um teste seguro, controlado, previsível. E exatamente por isso, limitado.
O teste Beta muda tudo. Usuários reais chegam com necessidades reais, frustrações reais, maneiras de usar que sequer tínhamos imaginado. Observar pessoas diferentes interpretando a mesma interface revela gaps gigantescos entre o que parecia óbvio e o comportamento real na prática.
Soft launch funciona como validação final em escala menor. É quando testamos se nossa infraestrutura suporta a demanda real e se a segmentação de mercado desenhada inicialmente faz sentido. É o momento da verdade pois revela se nosso produto tem “fit” com o mercado, ou seja, se uma dor ou demanda real está sendo atendida.
Empresas brasileiras frequentemente tratam essas fases como formalidade. Resultado? Gastam fortunas em marketing para produtos que usuários não conseguem usar direito.
Vi fintechs descobrirem, depois de investir em campanhas de alto custo, que as interfaces não funcionavam para o público-alvo final. Startups de delivery perceberem que restaurantes parceiros não conseguiam usar painéis administrativos básicos. Plataformas de E-commerce precisarem redesenhar fluxos de compra completos porque ninguém conseguia finalizar os pedidos.
O paradoxo é real — acelerar lançamentos desconsiderando as etapas de teste geralmente resulta em atrasos maiores depois. Problemas pequenos se multiplicam exponencialmente quando atingem escala.
Na minha jornada, desde a criação do meu primeiro negócio, a Microsystem, ainda na universidade até a fundação da Arlequim, aprendi que críticas específicas ajudam muito mais do que elogios genéricos.
“Legal!” não serve para nada. “Confuso para caramba na segunda tela” aponta direção concreta de melhoria.
Funcionários internos desenvolvem vícios de uso que mascaram problemas reais. Por isso sempre insisto em trazer gente completamente fora do contexto da empresa para testar.
É comum que um produto desenvolvido para resolver o problema A acabe sendo usado para resolver o problema B. Em vez de forçar o uso pensando inicialmente, as empresas inteligentes pivotam. Desenvolvem recursos específicos para o uso real, mudam posicionamento de marketing, ajustam precificação.
Frequentemente, a utilização do produto revelada durante a fase de testes na implementação acaba sendo a escolha mais rentável. Clientes ficam mais satisfeitos porque você resolve o problema real deles, não o que achava que deveria ser o problema.
Essa flexibilidade define a diferença entre empresas que crescem e aquelas que ficam brigando contra o mercado. Usuários sempre têm razão — sobre o que precisam. Nossa função é descobrir como entregar o que precisam com o melhor custo-benefício.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

As estatísticas impressionam: 200 milhões de usuários ativos; valoração de US$15 bilhões; crescimento anual de 30%. O Discord começou com foco exclusivo na comunidade gamer, mas atualmente 78% dos seus usuários utilizam para atividades além dos games.
Em função do produto Arlequim Gamer, oferecido para o mercado de varejo pela Arlequim comecei a ouvir sobre esse aplicativo de comunicação, fui pesquisar a respeito e fiquei surpreso com o que encontrei.
Na plataforma, as pessoas se organizam em grupos chamados de servidores que funcionam como comunidades. Identifiquei alguns com foco na discussão sobre investimentos, com análises mais detalhadas que muito conteúdo pago. Encontrei também grupos de CTOs trocando informações sobre arquiteturas de software em tempo real. E ainda, comunidades de empreendedores oferecendo mentorias espontâneas.
A profundidade de algumas conversas é de impressionar. E o mais interessante: acontecem de forma orgânica, sem algoritmo determinando o conteúdo exibido.
A diferença está na estrutura. O Discord permite organizar conversas por tópicos específicos dentro da mesma comunidade, mas sem a bagunça do WhatsApp ou a superficialidade do Twitter.
Um servidor sobre tecnologia pode ter canais separados para IA, segurança digital, startups e networking. Cada conversa flui no seu próprio ritmo, sem interferir nas outras. É como ter várias salas de conferência com temas especializados no mesmo prédio.
Grupos de WhatsApp com 50 pessoas podem ficar extremamente confusos. No Discord a moderação realmente existe e consegue organizar a troca entre centenas de membros ativos de forma eficiente. Administradores controlam acesso, definem regras claras, separam discussões por nível de experiência. Resultado: menos ruído, mais substância.
Existem empresas de consultoria com servidor no Discord direcionado a clientes que passam a ter acesso direto aos tomadores de decisão. Dúvidas técnicas resolvidas mais rápido do que nos canais tradicionais de atendimento.
A oportunidade no Discord é abrir comunidades para troca de dicas entre usuários e desenvolvedores que permitem coletar feedback em tempo real. Bugs podem ser identificados e corrigidos antes de virar problema. Ao mesmo tempo, é possível usar a rede como fonte de insights para o desenvolvimento de features baseadas em necessidades reais.
Mas é fundamental entender a dinâmica desta aplicação para evitar ruídos com o público. O Discord não tolera broadcast disfarçado de conversa. Quem entra só para vender é rapidamente ignorado ou expulso. É sobre participar de discussões reais e não dominar a conversa.
O Discord permite observar diálogos orgânicos sobre produtos e o mercado sem a artificialidade de grupos focais ou pesquisas formais. Pode ser usado como fonte de Business Intelligence em estado bruto.
As mais de três décadas que dediquei construindo empresas de tecnologia me ensinaram que subestimar novas formas de comunicação, pesquisa e interação pode ser um equívoco. ICQ parecia brincadeira. Google parecia simples demais. iPhone parecia celular caro que nunca conquistaria volume de usuários.
O que parece nicho hoje pode redefinir como nos comunicamos profissionalmente amanhã. Por aqui, estou de olho no Discord. E resta saber se, de fato, ele vai causar impacto na maneira como as pessoas se organizam para trocar impressões sobre tecnologia. Vale colocar no radar!
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Em mais de três décadas atuando no setor de tecnologia, sempre ficou claro para mim que a segurança digital é coisa muito séria. Apesar desta clareza, eventos como a DEFCON, maior conferência de cyber security do mundo, revelam que a visão dos empresários sobre esse assunto ainda é limitada.
Todo ano em Las Vegas, a DEFCON reúne hackers éticos, especialistas em segurança e empresários para discutir vulnerabilidades e ameaças digitais. O que mais impressiona não são as demonstrações técnicas, mas as evidências de que existe uma grande distância entre o que pensamos sobre segurança e o que de fato acontece na prática.
A polarização é enorme porque a mentalidade dos hackers funciona de forma diferente da mentalidade dos desenvolvedores. Enquanto as empresas de cybersegurança criam soluções pensando na aplicação prática do serviço, os especialistas em invasão exploram cenários que jamais passaram pela nossa cabeça. É como projetar um carro considerando somente os motoristas prudentes e depois descobrir que o veículo não aguenta uma manobra ou freada radical.
Empresas investem milhões em soluções supostamente impenetráveis e acabam sendo vítimas de brechas, teoricamente improváveis. Não é que os serviços contratados sejam ruins — a questão é mais sutil e, por isso mesmo, mais perigosa. A segurança cibernética não pode ser resolvida pontualmente, instalando uma aplicação e ponto final. Trata-se de um processo dinâmico, em mudança constante, principalmente porque depende do fator mais imprevisível de todos — as pessoas.
O cenário brasileiro traz complicações específicas. Dados da Kaspersky posicionam o Brasil como segundo país mais atacado por malware em 2024. Não é coincidência — somos um mercado atraente economicamente, mas com defesas pouco maduras.
Em geral, há dois extremos problemáticos. De um lado, quem trata a segurança como um item isolado no check list da política de compliance: faz o que é exigido por lei, nada além disso. Do outro, quem investe fortunas em soluções complexas sem ter a compreensão clara do que realmente está sendo protegido na organização.
Ambos cometem um erro básico: acreditam que a tecnologia, sozinha, é capaz de resolver tudo. Enquanto isso, senhas fracas e engenharia social, que são as falhas humanas, continuam derrubando sistemas sofisticados. É como ter o melhor cofre do mundo e deixar a chave na fechadura.
Transparência sobre processos de segurança, quando bem executada, protege mais que procedimentos de confidencialidade. “Security through obscurity” — a velha ideia de que esconder informações aumenta a proteção — ainda domina o pensamento empresarial brasileiro.
Mas observe como funcionam os sistemas realmente seguros: código aberto, processos documentados, auditoria constante. Segurança bem implementada deixa de ser custo e vira diferencial competitivo. Clientes pagam mais por fornecedores confiáveis. Seguradoras oferecem condições melhores para quem demonstra controles robustos. Contratos fecham mais rápido quando a outra parte confia na proteção de seus dados.
A DEFCON funciona como laboratório que reúne tendências de segurança que vão moldar os próximos anos. O encontro permite entender a diferença entre antecipar problemas e reagir a eles. Lá, a comunidade formada pelos maiores especialistas em segurança do mundo atua unida para encontrar e corrigir falhas antes que virem problemas reais.
Por isso, representantes da Arlequim estiveram presentes no evento. E retornaram sinalizando que a segurança está em dia na empresa. Isso porque são realizados treinamentos frequentes envolvendo times de todas as áreas, além da atenção ao básico bem-feito: senhas robustas e transparência nas políticas de acesso a dados.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Fico impressionado ao encontrar profissionais que dedicam suas carreiras a questões que outros preferem ignorar. A hanseníase é um desses temas — a doença tem 100% de cura quando tratada com antibióticos, mas carrega um estigma social que afasta muitos profissionais da saúde.
A palavra hanseníase substituiu o termo lepra de forma obrigatória em todo o país a partir de 1995, por força da Lei Federal nº 9.010. O objetivo foi reduzir o preconceito e estimular o tratamento. Trata-se de uma doença infectocontagiosa que, além da pele, pode afetar nervos periféricos, os olhos e outros órgãos quando o diagnóstico precoce não é realizado.
Mas você sabia que muitos médicos têm dificuldade de fazer o diagnóstico? Nesse contexto, cresce a importância do trabalho da Fundação Pró-Hansen em Curitiba, uma das instituições apoiadas pelo Instituto Haroldo Jacobovicz. Eles são exemplo de conhecimento especializado aplicado com propósito e persistência em favor da qualidade de vida.
A hanseníase ainda afeta milhares de brasileiros. O país registra mais de 22 mil novos casos anualmente, representando 92% de todos os casos nas Américas. Mais preocupante: um estudo da Universidade de Birmingham revelou que 42% dos pacientes atendidos no nosso país relataram que seus médicos não identificaram a hanseníase no início da sua manifestação, confundindo-a com reumatismo ou alergia.
O diagnóstico tardio pode ter consequências graves e permanentes. Muitos pacientes chegam aos centros especializados quando os danos são irreversíveis. Por quê? Porque poucos médicos recebem treinamento adequado para reconhecer os sintomas iniciais. É um ciclo que precisa ser quebrado.
A Fundação Pró-Hansen surgiu em 1990 de uma inquietação legítima. Professores de Medicina da Universidade Federal do Paraná, liderados pelo Dr. Ruy Noronha Miranda, olhavam os indicadores epidemiológicos crescentes e pensavam: “Precisamos fazer algo diferente”.
Eles criaram a entidade com apoio da Fundação Oswaldo Cruz e Fundação Banco do Brasil. O trabalho teve início com base na pesquisa que o Prof. Dr. Ruy Miranda e sua equipe vinham desenvolvendo desde 1935.
Localizada no bairro Cristo Rei, a fundação opera cinco ambulatórios atendendo cerca de 950 pacientes por mês. A maioria vem da região metropolitana de Curitiba e é atendida pelo do SUS. Muitos nunca tiveram a oportunidade de ser atendidos por especialistas em dermatologia. Para eles, chegar até a fundação significa finalmente ter um diagnóstico correto.
O trabalho da Fundação vai além do atendimento médico. A entidade contribui com a formação de novos profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento da enfermidade por meio de programas para estudantes de Medicina em parceria com universidades. Os estudantes acompanham casos reais durante estágios supervisionados.
No campo da assistência social, oferece cuidado integral, com consultas médicas dermatológicas gratuitas, para pessoas sem condições financeiras. Além disso, há projetos especiais, como o voltado à Vila Torres, primeira comunidade da capital paranaense. Nele, mulheres em vulnerabilidade social que trabalham com reciclagem, são atendidas com foco em cuidados e atenção dermatológica.
A fundação enfrenta problemas sistêmicos similares aos que afetam tantas outras instituições de saúde no Brasil. O obstáculo mais pesado são as taxas de reembolso do SUS para consultas especializadas. Segundo informações da Fundação Pró-Hansen, enquanto planos privados pagam cerca de R$120 por consultas especializadas e consultas particulares custam R$400–600, o SUS paga aproximadamente R$10 pela mesma consulta dermatológica, valor que não tem reajuste há mais de 15 anos.
Na prática, a receita gerada pelos atendimentos é insuficiente para cobrir os custos operacionais da instituição. A manutenção da Pró-Hansen consome em média R$90 mil mensais, incluindo folha de pagamento, utilidades e materiais clínicos. A matemática é simples: a conta não fecha.
Esse é um desafio real para a sobrevivência sustentável da entidade filantrópica que não inibe o planejamento futuro. A instituição está trabalhando para modernizar a infraestrutura de atendimento, sistemas de TI com novo software de gestão, e expandir a sala de fototerapia. Também está prevista a expansão física da sede atual para acomodar novos consultórios, auditório e biblioteca até o fim de 2026.
O que mais impressiona na Fundação Pró-Hansen é como eles transformam especialização em cuidado genuíno. Os médicos dedicados a essa causa escolheram enfrentar uma condição que carrega estigma e recebe pouca atenção.
Ao focar no cuidado com o paciente e na formação de estudantes de Medicina, a iniciativa cria um efeito multiplicador. Cada estudante que aprende a fazer o diagnóstico adequado de hanseníase atua para prevenir inúmeras sequelas associadas ao desconhecimento da doença.
Esse é o tipo de movimento que faz diferença na saúde pública no longo prazo. Um modelo que vale a pena apoiar e replicar.
Haroldo Jacobovicz, empreendedor e empresário

Ao longo de mais de 35 anos no setor de tecnologia, vi muitas transformações aparentemente pequenas no início que acabaram mudando o jogo radicalmente. Acredito que a gamificação na educação é uma delas. O assunto merece atenção.
Quando menciono gamificação em escolas ainda encontro ceticismo. Muitos associam o termo apenas a entretenimento ou acreditam que se trata de uma distração do “aprendizado sério”.
Mas isso está longe da realidade. Aliás, os números refletem uma realidade bem diferente.
Pesquisas brasileiras mostram resultados impressionantes. Um estudo com alunos do ensino médio em aulas de matemática registrou aumento de 30% na participação dos estudantes após a implementação de estratégias gamificadas.
Mais impressionante ainda: pesquisa divulgada pela Science Direct mostra que o desempenho de alunos que vivenciaram aprendizado gamificado é 89,45% superior ao de estudantes que aprenderam o mesmo conteúdo no modelo tradicional de aulas.
Esses resultados refletem algo que sempre defendi: pessoas respondem melhor quando conseguem visualizar progresso e sentir reconhecimento pelo esforço. A gamificação cria uma lógica de pontos, conquistas e desafios progressivos no contexto educacional que atua diretamente nesses princípios psicológicos de reconhecimento.
Na minha experiência desenvolvendo soluções de virtualização com a Arlequim Technologies, aprendi que toda inovação educacional depende tanto de metodologia quanto da infraestrutura. A gamificação educacional exige recursos computacionais robustos — principalmente quando incorpora simulações complexas, realidade virtual ou múltiplos usuários ao mesmo tempo.
Escolas enfrentam desafios técnicos reais: laboratórios de informática com equipamentos que já eram velhos há cinco anos, limitações de processamento que fazem as experiências interativas travarem, e orçamentos apertados que impedem qualquer atualização. Muitas instituições têm computadores que simplesmente não conseguem rodar aplicações educacionais modernas sem travar a cada cinco minutos.
É um dilema que aparece em todo canto do setor educacional: como implementar tecnologias modernas com orçamentos que mal cobrem o básico?
Escolas públicas dependem de verbas governamentais que chegam quando chegam. Particulares precisam equilibrar mensalidades acessíveis com investimentos em infraestrutura. Isso vira um ciclo vicioso que precisa ser quebrado.
Instituições com menos recursos ficam para trás tecnologicamente, oferecendo experiências educacionais menos atrativas para uma geração que cresce grudada no digital. Inclusive, são justamente essas escolas — muitas vezes em comunidades mais vulneráveis — que mais se beneficiariam de ferramentas que tornam o aprendizado envolvente.
Integração com inteligência artificial será o próximo salto na gamificação educacional. Sistemas adaptativos que ajustam dificuldade baseados no desempenho individual, criando experiências personalizadas em tempo real.
Realidades aumentada e virtual vão expandir as possibilidades, principalmente em disciplinas como ciências, geografia e história. Para gestores educacionais, vejo na gamificação uma ferramenta concreta de melhoria pedagógica.
Escolas que dominarem essas metodologias terão vantagens mensuráveis em engajamento estudantil, resultados acadêmicos e preparo dos alunos para o mundo digital.
A questão não é mais se sua instituição deveria apostar na gamificação educacional. É como implementar essas ferramentas sem estourar o orçamento. Aliás, a resposta pode estar mais perto do que você imagina.